Comentários do episódio 6x13 de Lost, exibido em 20/04 nos EUA, e do season finale de Damages, exibido em 19/04 na TV americana.
Desde que essa última temporada de Lost estreou na TV americana, lá no dia 2 de fevereiro, muita gente torceu o nariz pra história das realidades paralelas, dizendo que era perda de tempo, que não fazia sentido nenhum, entre outras várias razões. Fato é que o episódio de ontem ("The Last Recruit") foi simplesmente espetacular, na medida em que todas as histórias da realidade paralela mostradas ao longo da temporada foram se cruzando. Vai dizer que não foi divertido ver todos os personagens principais da série se encontrando em situações bem diferentes durante o episódio?
Na ilha, as peças que foram cuidadosamente postas no tabuleiro finalmente estão se movendo, e a guerra mencionada pelo Locke Fake finalmente teve seu início com as bombas caindo do céu e a espantosa traição de Widmore frente a Sawyer. Também deve ser mencionada a cena do reencontro entre Sun e Jin, depois de tanto tempo afastados, que foi emocionante sem cair na pieguice.
Agora, de tudo o que aconteceu nesse episódio, aquilo que mais chocou foi a atitude de Jack, que deu o salto de fé tão pedido pelo verdadeiro John Locke desde o começo da série. É claro que desde a quarta temporada já víamos um Jack mais crente no destino, mas essa ação dele foi a grande prova, o momento em que ele definitivamente se despiu do ceticismo que era típico de seu personagem desde sempre.
Roteiristas, por favor: matem o Sayid. Sempre gostei do personagem, mas vê-lo agindo como um zumbi (que mais me parece a hiena daquele desenho antigo que vivia repetindo "Ó vida, ó azar!") é um desrespeito com tudo o que ele já representou na série.
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E o final de Damages, hein? É incrível como os roteiristas da série conseguem amarrar todas pontas soltas e dar finais satisfatórios pra todos os personagens. Mas, vamos por partes:
A morte do Tom foi muito bem esclarecida, mas que sacanagem da equipe de edição, hein? Nos provocaram desde alguns episódios atrás com um suposto suicídio do advogado, intercalando suas cenas futuras com alguém se jogando de uma ponte pra só no último episódio sermos informados que quem se matou havia sido a mãe do Joe (!). Adorei isso.
Frobisher finalmente foi preso pelo assassinato do David, coisa que estavam nos devendo desde a primeira temporada, mas aí é que eu encontrei o único ponto fraco do episódio. Como assim o Wes passa meses sem aparecer, e quando aparece, do nada ele resolve que fez coisas ruins e tem que fazer o Frobisher pagar por isso, mesmo que tenha que ir pra cadeia? Simulação de cena na sala dos roteiristas:
Roteirista 1: Cara, eu tinha esquecido, a gente tem que dar um fim pra essa história do Frobisher.
Roteirista 2: Bicho, agora que tu vem me lembrar disso? Faltam só dois episódios pra acabar a temporada!
Roteirista 1: Já sei! Vamos trazer o Wes de volta. Ele pode confessar tudo e mandar o Frobisher pra cadeia!
Roteirista 2: Mas que motivações ele teria pra fazer isso? Ele vai pra cadeia também...
Roteirista 1: Ninguém vai perceber! Vamos logo que o tempo tá acabando.
Fim da silmulação.
Aliás, toda a história envolvendo o Frobisher nessa temporada me pareceu ser uma perda de tempo.
E o que foi o Michael batendo no carro da Patty? E o que foi a Patty colocando a Jill na cadeia? Moral da série: nunca, eu disse NUNCA, mexa com Patty Hewes.
Sensacional o desfecho do caso Tobin e do Lenny. Martin Short deu show nessa série. E matador o final do episódio com aquele diálogo nada menos que fenomenal entre Patty Hewes e Ellen Parsons.
Dizem que a série, apesar de repleta de prêmios em sua estante, está com riscos de ser cancelada. Se isso acontecer, será uma grande perda para a qualidade do que passa na TV. Enfim, já estou com saudades de Patty Hewes.
Por: "LP"